domingo, 1 de julho de 2007

Irmã Nicole, Cap. II

Irmã Nicole, Cap. II

-Você sabia, mãe, que cerca de dois mil anos atrás se chegou a pensar que a vida pudesse se originar de matéria inanimada, o que se chamou de Teoria Abiogênese?
-Ih, menina, pára com isso. Hoje é sábado. Relaxa.
-Né isso não, mãe. É que segunda-feira a Irmã Nicole pode surpreender a gente com um teste, que deverá incluir a matéria do início do ano, explicou Esther.
-Estou percebendo que você gostou mesmo de Biologia.
-Também, como uma professora daquela. Parece que não há ninguém na sala que não goste dela.
-E nas outras matérias, Estherzinha? Como você está?
-Não vou mal. Mas realmente em Biologia é que me dou melhor. Minhas notas estão entre as maiores da sala.
Na verdade as notas de Esther, em Biologia, tinham sido as melhores da turma durante os cinco primeiros meses do ano. Contribuíra para isso a especial atenção, sobretudo fora de sala de aula, prestada pela professora à sua aluna predileta. Isso decorria certamente do interesse revelado por Esther pela matéria. Seria também o resultado da perfeita empatia entre as duas, que se dera talvez logo a partir do primeiro dia de aula. E que de alguma forma tivera a contribuição do comportamento de Esther, sempre mais arredia e calada, preferindo passar o recreio e as horas vagas lendo ou estudando. Gostava de estar sozinha. Não evitava as colegas. Mas efetivamente não estimulava aproximações. Talvez tivesse estabelecido consigo mesma o compromisso de aproveitar ao máximo a escola, para compensar o esforço que sua mãe fazia para lhe proporcionar uma educação de qualidade. Essas características aproximaram-na da professora.
Irmã Nicole intrigava-se com aquela menina que, apesar do corpo bem desenvolvido e torneado, e talvez 1,70m de altura, não se interessava muito por esportes ou por brincadeiras em grupo. Se havia sinais de tristeza, eles estavam bem dissimulados. Seu rosto era alegre e sorria com facilidade. Mas isto não afastava a impressão de desamparo que Irmã Nicole associava à menina. O que era reforçado pelo fato de ser pouco comum a professora encontrá-la com outras colegas.
Pouco depois do terceiro mês de aula, praticamente todos os dias entre 4:30 e 6:30, Irmã Nicole passou a fazer companhia a Esther, que deveria ficar aguardando a mãe. Esther adorava a atenção que recebia de quem era assim como uma espécie de ídolo para ela. E Irmã Nicole podia acrescentar aos seus livros e às suas obrigações religiosas uma atividade muito bem vinda, que era a de ter alguém com quem se preocupar. O que nunca acontecera em seus nove anos de vida no convento. Foi inevitável uma certa intimidade entre as duas, embora suas posições de professora e aluna estivessem mantidas, principalmente em sala de aula.
Após uns quatro meses do início dessa aproximação, quando Esther já despontava como uma das melhores alunas do colégio, Irmã Nicole começou a se dar conta de que esperava com certa ansiedade por aquele encontro, quase que diário, das 4:30 com sua aluna. E o fato de que a partir daquela hora não haveria a presença das outras alunas colaborava de algum modo para o aumento da expectativa.
No início ficavam na saleta junto à secretaria, utilizada como uma pequena biblioteca. Essa saleta tinha acesso pelo largo corredor de uns 8m de extensão, no fim do qual encontrava-se uma porta de madeira envernizada, da largura do corredor. Esta porta conduzia ao hall de acesso aos aposentos das diretoras da escola, que ficavam na parte posterior do prédio principal. Depois passaram também a ir à capela, logo à direita do prédio principal. Às primeiras vezes iam ali para rezar, tendo Esther a oportunidade de aprender várias orações que não conhecia. Mas não nesse final de tarde de uma quinta-feira em que a menina parecia muito nervosa.
-O que foi, Esther? Alguma coisa ruim?, perguntou Irmã Nicole, visivelmente assustada.
-Não, não foi nada. É assim mesmo, respondeu numa voz baixinha a menina.
Estavam sentadas, como sempre, no penúltimo banco à direita da porta de entrada que nunca ficava aberta. O altar, a cerca de 6m de onde estavam, era iluminado pela luz de quatro velas grossas. A luz do dia, esmaecendo-se àquela hora, não reunia condições de penetrar as estreitas janelas do lado esquerdo da capela a cerca de 1,80m do piso. O lado direito era contíguo ao prédio principal.
-Não foi nada como, Esther? Você está soluçando, meu bem!, prosseguiu Irmã Nicole, com a sua voz melodiosa. Não quer me contar, querida? Não preciso dizer que aqui, fora da sala de aula, nós somos duas amigas.
-Não é isso, irmã. É que... é que... a mãe... a mãe tá querendo... tá querendo levar... levar lá pra casa... esse... esse tal de Brian MacDough, soluçava Esther, terminando por abraçar a freira à sua frente para esconder contra seu peito o rosto e as lágrimas que brotavam de um choro convulsivo.
-Ah, mas o que é isso, minha menina, o que é isso! Estava assustada, esperando algo pior, disse Irmã Nicole, procurando confortá-la ao estreitar contra si a cabeça da menina. Isso é mais do que natural, Esther. Sua mãe é jovem ainda e tem o direito de procurar ser feliz ao lado de um companheiro.
-Só... só que eu não sei se... se ele poderá fazê-la feliz. Ele é feio e tem cara de mau, replicou Esther, levantando a cabeça sem se preocupar com as lágrimas que continuavam abundantes.
-E eu aqui sem um lenço, sem a menor condição de estancar esse choro todo, sua bobinha. Olhe para mim, falou baixinho Irmã Nicole, procurando secar com as mãos o rosto de Esther. Não acredito que sua mãe vá se relacionar com uma pessoa que possa ser hostil a você, que é a coisinha mais importante para ela.
Enquanto falava, Irmã Nicole pensava numa maneira de estancar aquele choro. Esther soluçava ainda e tremia, procurando se aconchegar ao colo da freira. As duas pernas da menina dobraram-se lateralmente sobre o banco, permitindo que a saia comprida de xadrez descobrisse um de seus joelhos. Nicole notou a pele alva e, sob a saia, o formato da coxa grossa da menina. Num impulso tanto maternal quanto instintivo, a irmã retirou as mãos do rosto da aluna, pousando nele seus lábios para secar-lhe as lágrimas. Esther deve ter achado normal o procedimento porque fechou logo os olhos vermelhos, permitindo que Nicole atuasse com mais liberdade. Facilitando o aconchego entre as duas no banco, Nicole virou-se mais para Esther, pousando a mão direita no joelho descoberto da menina. Sabia que se sentia inquieta e ofegante, com mais vontade de secar com os lábios o rosto da menina. Sua mão acariciava o joelho descoberto de Esther, numa atitude que deveria ser interpretada como de proteção. A aluna parecia sentir-se protegida naquele abandono nos braços e beijos da professora. O joelho descoberto subiu mais um pouco no banco, com o apoio da mão de Nicole espalmada sobre a parte inferior da coxa da menina. Nada impediria que a mão da freira subisse mais, para reforçar o apoio, e tocasse lateralmente na anca de Esther. Foi o que fez, aproveitando o momento para roçar com os lábios os lábios da garota. Não houve restrição a esse último movimento, o que fez com que Nicole fosse vencida pela súbita inquietação. E, apesar de cada vez mais ofegante, se sentisse com suficiente coragem para pressionar contra o seu o rosto de Esther com a mão liberada, passando a beijá-la, no início timidamente, depois declaradamente. Esther correspondia, fazendo o que podia para não inibir a professora. Era o estímulo de que Nicole carecia. A mão da freira passou então a pressionar com mais vigor a anca da aluna, para depois se insurgir sob a calcinha e lhe tocar com os dedos os ralos pelos pubianos. O dedo médio da freira deslizou demoradamente pela fenda molhada da menina, enquanto os lábios grossos de Nicole eram literalmente chupados pelos de Esther.
-Oh, amorzinho, vem... ficar... comigo. Vem, vem, sussurrou Nicole, conseguindo desprender-se da boca da aluna.
-Hummm... hummm... ai... ai... ai..., suspirava Esther, aproveitando-se da interrupção dos beijos, mas logo depois retomando-os com o mesmo vigor. Em seguida, afastou-se de novo da freira para erguer a perna verticalmente e se escancarar diante de Nicole que contemplou extasiada, embora com alguma dificuldade face ao canto escuro em que se encontravam, a parte da vagina da aluna que não estava coberta pela calcinha. A vontade imediata da freira era a de se abaixar para satisfazer o desejo daquela abertura de lábios rubros umedecidos, cobrindo-os de beijos prolongados. Mas se deu conta de que poderiam ser surpreendidas. Afinal, a porta estava fechada, mas não trancada. Preferiu então erguer pela cintura a aluna e colocá-la montada sobre uma de suas pernas, depois de ter erguido o hábito um pouco acima da cintura.
-Vem... vem..., Estherzinha. Fica aqui na minha coxa, querida. Vem logo, não temos muito tempo, amor, suplicou Nicole, enquanto massageava e beliscava delicadamente as ancas de Esther.

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