domingo, 29 de julho de 2007

pecado

descobres o meu pecado
untando-me a cona e o ânus
com esse teu troço melado
e os teus desejos profanos

reviras a minha cabeça
quando minhas tetas tu mordes
tua voz faz com que eu não me esqueça
de seus obscenos acordes

agora me gelas a espinha
com a língua sebenta e devassa
eu sei que ela já adivinha

o que eu desejo que faça
me abro e me entrego inteirinha
e gozo em estado de graça


Rio, 29/07/2007
Aluízio Rezende

sexta-feira, 27 de julho de 2007

MINHA REVOLUÇÃO...








REVOLUÇÃO




Meu mundo é assim..

Eterna revolução em mim...

Mobilização

dos meus sentidos;

Um grito ou suspiro ou gemido!

Luta!

Mudança;

Recomeço!

Faço o que o coração manda...

Greves

Passeatas

Piquetes...

E eu ativista ou mártir

dos meus desejos;

Invado

brigo

tomo

e o proclamo MEU !



Aline Romariz

sábado, 21 de julho de 2007

....


SAUDADE
Amiga...Tudo aqui é pedra
Longe do mar;
O ar,diferente do nosso,
Sufoca...
As pessoas não me olham
Nos olhos,
Tudo aqui amiga,é frio;
Me esqueço por vezes
De ver o sol
E a lua quando cai
Já nem olho mais...
Os raros amigos
Não encontram tempo
De viver,
Vivem buscando
Sei lá o quê!?
Ah! Minha amiga!
Quanta saudade!
Preciso urgentemente
Voltar,
Deitar no colo da minha terra,
Olhar nos olhos do meu mar.
ALINE ROMARIZ

BRASILEIROS E BRASILEIRAS....


Irmã Nicole, Cap. VII

Alguns pedaços de miolo de pão sobre o fax na mesa do café na saleta do apartamento de Madre Louise. A Congregação Regional das Irmãs de Santa Madalena, em Princeton, New Jersey, comunicava a realização em sua sede, no final do ano letivo, de uma feira de ciências. Deveriam ser selecionados os melhores alunos dos quatro colégios da congregação para concorrer a diversos prêmios, alguns em dinheiro, por trabalhos já produzidos ou a serem produzidos especialmente para a feira.
As duas irmãs já tinham lido e relido o documento. Estavam finalmente terminando o café da manhã, depois de quase uma hora e meia – normalmente levavam quinze minutos –, e ainda não tinham resolvido quem acompanharia as três melhores alunas do colégio a Princeton. Irmã Virginia vinha tentando fugir da incumbência.
-Virginia, não crie caso. É você que tem de ir. Já me sinto cansada para esses eventos. Além do mais, meu colesterol não tem estado sob controle. E a comida nesses lugares nunca é igual à que se tem em casa.
-Mas, Louise, logo agora que o colégio está indo tão bem, que não temos nenhum problema disciplinar, que vamos iniciar a reforma do refeitório e do jardim em frente ao estacionamento, que vamos ter a participação da Esther na secretaria, com grandes chances de melhorar a nossa organização e eficácia administrativa, logo agora que até a Irmã Nicole começa a se aproximar de novo da direção do colégio, você quer que eu me afaste daqui?
-Mas que tumulto, meu Deus. Até parece que você vai ficar um ano longe da gente. São apenas quatro dias.
-Quatro dias podem comprometer o trabalho que se vem fazendo há mais de três anos.
-Você não precisa se preocupar, Virginia. Ninguém ficará em seu lugar, tomando conta do colégio. O leme ficará comigo. Eu me responsabilizo, disse Madre Louise, procurando conferir às palavras a maior firmeza possível, mas sabendo de antemão que não poderia prescindir de Nicole para suprir a falta de Virginia.
Mas Irmã Virginia não queria ir por achar que seriam interrompidos alguns trabalhos ou projetos em realização no colégio. Na verdade ela não queria era afastar-se de Nicole. Depois do sucedido na manhã daquele dia bem cedo em seu apartamento, com o que ela contava, mas não tinha certeza, Irmã Virginia não conseguia dominar a vontade de ter de novo em seus braços a professora de Biologia. Além do mais, já tinha feito viagens como a que se anunciava. Significavam apenas trabalho, responsabilidade e penosos encontros marcados pela arrogância das pessoas que representavam a Congregação.
-E se eu me recusar?, ousou perguntar Virginia.
-Nesse caso serei obrigada a lhe ordenar que vá. Acho que não precisamos chegar a tanto, respondeu Madre Louise, mostrando um rosto pálido e sombrio de que Virginia há muito havia esquecido.
-Está bem, está bem, irmã. Você sabe que não posso com você, concordou Virginia, satisfeita, pelo menos, por ter provocado aquela reação na companheira.
-Vem cá, feiticeira. Sente-se aqui no meu colo, bobinha, convidou Louise, afastando-se com a cadeira da mesa para que Virginia se aproximasse.
Virginia sentou-se no colo da madre, com as pernas separadas, ladeando os quadris da outra, e os braços em volta do pescoço de Louise. Esta procurou com a mão, sob o hábito, no meio das pernas de Virginia, o clitóris duro e pontudo, já inteiramente molhado. Suas bocas se colaram
-Ainda faltam alguns meses, minha devassinha, murmurou Louise, interrompendo os beijos molhados. Seus dedos esfregavam e penetravam ritmicamente a vagina de Virginia, cujos bicos enrijecidos dos seios se amassavam sobre os seios meio flácidos da irmã mais velha.

Esther já trabalhava há umas três semanas na secretaria. Estava indo muito bem em seus afazeres. O que já se esperava. Colaboradora, eficiente, criativa, respeitosa, uma excelente aquisição. Todos concordavam. Em pouco tempo dava conta das tarefas que lhe eram encaminhadas e ainda tinha tempo de se ocupar de parte do trabalho de Suzana e Olga. Percebia isso e não reclamava. Achava que as duas noviças mereciam eventualmente um descanso.
Nesse espaço de tempo havia dormido três vezes no colégio. Testes e provas que a todas aterrorizavam contribuíram para que Francis concordasse com essa solução. Esther perderia mais tempo se tivesse que dormir em casa. Com isso, a menina passou a gostar mais de permanecer no colégio. Começou a se sentir parte integrante daquela família, continuando Nicole a ser o centro de suas atenções. Agora não tinham mais tempo para conversas na biblioteca. Mas podia ser que precisasse levar um documento ao chalé da professora, no fim da tarde, após o término das atividades escolares, como aconteceu naquela sexta-feira em que tiveram a chance de ficar um certo tempo sozinhas.
-Oi, querida. Mandaram você aqui?, perguntou Nicole, recebendo Esther na pequenina varanda do chalé.
-Vim trazer alguns trabalhos que umas alunas não puderam entregar no dia e cartas de alguns pais encaminhadas a você. Irmã Virginia fez questão de que lhe fossem entregues.
-Entre, meu bem. Venha logo.
-Falei com as meninas que me demoraria um pouco para saber o que você pensava da monografia sobre biossegurança que estou fazendo, explicou Esther, entrando rapidamente no chalé de Nicole pela primeira vez.
-É mesmo! Certamente você será uma das representantes do colégio, juntamente com aquelas duas meninas do terceiro ano, Judith e Linda Travis. Depois vamos ver esse trabalho. Farei uma correção cuidadosa e rigorosa. Sua apresentação terá que ser a melhor. Mas esqueça isso agora. Venha conhecer onde moro.
O chalé não era muito amplo, mas havia espaço suficiente para uma pessoa. No quarto cabiam uma cama de solteiro, com largura pouco maior que a habitual, um armário de duas portas, uma poltrona em frente a uma estante baixa, e uma mesa com duas cadeiras ao lado da porta de entrada. O computador de Nicole achava-se num dos cantos da mesa. Voltada para a cabeceira da cama, e próxima à janela ampla que dava para um jardinzinho, ficava a porta do banheiro. O quarto era bem iluminado e arejado. Esther gostou de estar ali.
-Quer tomar alguma coisa? Um vinho talvez?, indagou Nicole, apontando para a estante onde se viam os gargalos de duas garrafas por trás de uns livros.
-Não, não. Nunca tomei coisas com álcool. Desculpe-me, Nicole.
-Nada disso, bobinha. Na verdade não é a ocasião. Nem temos tempo pra isso. Mas, então, vem cá. Cadê o meu abraço?
Sem esperar por Esther, Nicole adiantou-se e se envolveu nos braços da menina, beijando-lhe a boca com ardor. Seus seios colidiram, fazendo com que Esther percebesse a rigidez dos bicos das mamas de Nicole.
-Espere um pouco. Tire essa roupa, sugeriu Nicole, enquanto se livrava de toda a sua indumentária.
Despiram-se rapidamente, voltando em seguida a pressionarem seus corpos. Nicole pousou então as mãos nas ancas nuas da aluna, procurando com isso aumentar a pressão entre seus quadris. Os bicos rosados da menina amassados pelos seios fartos da freira. Como acontecera outras vezes, Esther sentia-se desfalecer nos braços de Nicole, cujos lábios grossos e macios não se desgrudavam dos dela. Lembrando-se dos outros lábios, tão maiores quanto infinitamente mais macios, procurou com uma das mãos o meio das pernas da freira. Nicole colocou a perna sobre a cadeira da mesa ao lado da porta, para facilitar o acesso de Esther, aproveitando para trancar a entrada do chalé. Esther percebeu que sua mão não conseguia conter toda aquela vagina felpuda, aberta e naturalmente inchada à sua disposição. Após deliciar-se e se maravilhar com a fluidez de líquidos que provinham dali, penetrou Nicole com o dedo médio, enquanto esta, introduzindo a mão direita na calcinha da menina, acariciava-lhe o ânus.
-Daqui... daqui a dois dias... vamos dar... dar um jeito de você dormir aqui, tá bem?, disse Nicole baixinho, sem se desprender de Esther, após o primeiro orgasmo.
-Humm... que bom, Nicole. Você acha... acha... que vai ser possível?
Nicole não respondeu. Desprendendo-se de Esther, puxou-a pelo braço em direção à cama. Onde conseguiu, sem dizer palavra, que a menina ficasse de joelhos, mantendo a cabeça apoiada sobre o travesseiro. Depois de contemplar por instantes a aluna nessa posição, Nicole aproximou-se vagarosamente por trás e colou seus grossos lábios na junção da coxa com a anca direita de Esther, deixando ali a marca inequívoca do vigoroso chupão. A menina retraiu-se de início, produzindo um breve gemido, para depois arreganhar-se mais, na medida em que seus joelhos moveram-se pelo espaço de uns dois dedos em direção à cabeceira da cama. Disso se aproveitou Nicole para introduzir-lhe a língua entre os grandes lábios, acomodando o nariz na beiradas do orifício amarronzado do ânus da aluna.

O carro de Brian descia rápido a estradinha de terra onde ficava o colégio para alcançar o asfalto e se dirigir à Tampa. Francis virou-se para Esther no banco de trás e perguntou:
-Então, como está sendo esse primeiro mês de trabalho no colégio, minha filha?
-Já fez um mês, mãe?
-Bem, na verdade completam-se hoje, sexta-feira, exatamente três semanas.
-Tudo tem sido legal. As meninas da secretaria são ótimas. Ajudaram-me bastante no início. São colaboradoras. O ambiente é ótimo. Irmã Virginia pouco usa a sua mesa na secretaria. De um modo geral, vive perambulando pelo colégio. Madre Louise então, nem se fala. Essa a gente quase não vê. Perdi foi um pouco de contacto com a Irmã Nicole. Antes conversávamos mais na biblioteca. Agora já não há mais tempo pra isso.
-E a cama? Melhorou? Conseguiram arranjar um colchão melhor pra você?
-Que nada, mãe. Tive foi que me adaptar. Mas está tudo bem. É tudo muito simples, mas existe conforto.
-E as noviças ou freiras do dormitório? Algumas brincadeiras mais destoantes, alguma coisa assim fora do normal?
-Claro que não, mãe. O que aprendi foram muitas orações. Rezamos sempre antes de dormir. Depois que nos deitamos, às vezes surge um bate-papo, algumas piadas. Em geral bobas, infantis, nada do que certamente se pode escutar aqui fora.
-Isso talvez seja porque você ainda é nova na área, Esther, interveio Brian.
-Pode ser, Brian. Mas duvido que eu vá escutar lá as piadas que você e seus amigos contam uns pros outros.
-Piadas de mulheres nem sempre são as mesmas que as de homens.
-Ihh... essa conversa não leva a nada, interrompeu Francis. Vamos ao que interessa... pizza, frango ou carne?
-Há muito tempo não comemos uma pizza, não é, mãe?
-Taí, gostei da idéia agora, menina, arriscou Brian.
-Humm... gostou porque tem a ver com o seu lado italiano... Bobão.
-E você, sua canadense, que não é francesa nem inglesa! Bem, abriu uma nova casa de massas, lá pros lados do Bush Gardens, prosseguiu Brian.
-Como é que você sabe, Brian?, perguntou Francis, mostrando-se surpresa.
-É porque vou lá com umas garotas do laboratório sempre depois das seis...

Irmã Nicole, Cap. VI

Às 8:15 Nicole saiu do apartamento de Virginia a passos apressados, com o rosto franzido, como se tivesse tratado de um assunto importante cujo resultado não tivesse sido o esperado. Foi dessa forma que chegou ao balcão da secretaria para pegar seus diários, depois de cumprimentar rapidamente Olga e Suzana.
Na verdade, Nicole recriminava-se por não ter sabido resistir ao assédio da subdiretora, permitindo que se consumasse o ato a que Irmã Virginia vinha discretamente se dedicando desde que se separaram. Não se conformava também com o fato de haver participado, usufruído plenamente dos prazeres proporcionados pelo encontro com Irmã Virginia, tornando-se uma presa fácil para ela. Chegou a tremer diante da possibilidade de reconhecer que, de certo modo, estivesse esperando pelo ocorrido. Irmã Virginia não tinha escolhido o horário por acaso. Nicole sabia disso. E, no entanto, permitiu que tudo acontecesse. Mas se recusava ainda a admitir que ela também estivesse querendo. Sentiu-se confusa. Não, não foi o incenso e toda aquela ambiência. Oh, meu Deus, que coisa ridícula. De qualquer modo, agora que ela já teve o que queria, não irá mais me incomodar. E, é evidente, se eu tivesse agido de outra maneira, mais cedo ou mais tarde Virginia daria um jeito para que Esther não tivesse essa oportunidade. Nicole corou ao admitir a idéia de que tivesse “comprado” a bolsa de estudos de Esther.

Naquele mesmo dia Francis chegou com Brian para buscar Esther. Agradava-lhe a constatação de que o relacionamento entre a filha e o namorado havia melhorado muito. Sobretudo, pensou, depois que a menina passou a ser reconhecida como a primeira aluna da escola.
-Tem umas caixinhas aí no banco. Empurre-as pro lado por favor, Eshter.
-Tá bem, Brian. Se você não fala, eu ia acabar sentando em cima.
-É mesmo, que caixinhas são essas, querido?, indagou Francis. Ia lhe perguntar quando entrei no carro, mas acabei esquecendo.
-Isso é um produto venenoso que fabricamos lá na indústria e comercializamos em pequena escala, respondeu Brian, virando-se para o banco de trás para conferir a posição das caixas.
-Então não deve dar lucro, já que não é grande a produção, observou Francis. Ou então dá lucro demais, porque deve ser caro.
-Não é um produto barato. Não tem uma saída tão grande. Mas há quem compre, prosseguiu Brian ao mesmo tempo em que saía com o veículo.
-Como é que uma indústria de produtos químicos como a sua, dona de um laboratório de renome, pode fabricar um produto para vendê-lo eventualmente, ainda que a preços elevados?, indagou de novo Francis, mostrando-se cada vez mais interessada.
-Como disse, há sempre quem compre. Não só aqui como no exterior, respondeu Brian, aparentemente sem pressa de que a conversa tomasse outro rumo.
-Mas afinal, que produto é esse? Posso saber?, foi a vez de Esther questionar.
-Pode sim, Estherzinha. Trata-se de cianureto de potássio, um composto químico altamente tóxico, respondeu Brian. Espero que fique longe disso, tá bem, menina?
-Nossa!. Irmã Nicole já falou a respeito. É um produto tóxico, capaz de provocar lesões ou alterações em um organismo vivo por reações químicas, não é, Brian?
-Muito bem. Estou vendo que você é esperta mesmo, hein?
-É muito perigoso. É veneno, mãe.
-Então, faça o que Brian diz. Mantenha-se afastada.
-Não se preocupe, querida. Essas caixas estão indo hoje ainda para Hong Kong. Vão completar o lote de 650 que começamos a encaminhar hoje de manhã.
-Para Hong Kong? Tem comprador pra isso lá?
-É a questão do comércio internacional de peixes ornamentais lá dos recifes de coral da região indo-pacífica, explicou Brian.
-E o que tem a ver o cianureto com isso?, quis saber Esther.
-A captura desses peixes é feita com cianureto, empregado para atordoá-los e capturá-los.
-E os coitadinhos não morrem, Brian?, perguntou outra vez Esther.
-As perdas são grandes. Mas como existem muitos barcos voltados para essa atividade predatória, a maioria baseados em Hong Kong, sempre se tem o que vender.
Brian estacionou o carro junto ao meio-fio, em frente ao prédio de paredes desbotadas onde mãe e filha moravam.
-Você não vai subir, querido?
-Hoje não, Francis. Preciso despachar agora à noite essas caixas para Hong Kong. Além do mais, estou vendo que tem muita menina interessada nesse produto.
-Pára com isso, Brian. Nada a ver, replicou Esther.
-Te vejo amanhã no almoço, Fran. Um beijo, Esther, disse Brian, despedindo-se das duas que já estavam na porta do prédio.
A sala do apartamento era a peça mais ampla. Um sofá de três lugares, duas poltronas, uma mesa para seis pessoas com tampo de vidro, uma estante repleta de livros, um aparelho de som moderno, dois quadros amarelados nas duas paredes opostas. Francis nem esperou Esther colocar sobre a mesa a mochila com o material do colégio. Na mesa, sobre uma toalha de renda cobrindo parcialmente o tampo de vidro, um vaso com uma plantinha que parecia murchar.
-Parece que você poderá ganhar uma bolsa de estudos integral. Sabia disso, minha filha?, perguntou Francis, dirigindo-se à cozinha para pegar um copo d’água.
-Quê história é essa, mãe? Alguma piada?
-Que nada, minha filha. A Irmã Nicole me disse que, em função do seu rendimento, você poderá ser aproveitada na secretaria do colégio. Seria algo assim como um estágio em que você teria a chance de testar os ensinamentos adquiridos nas aulas profissionalizantes. O que você acha?, perguntou Francis, molhando cuidadosamente a plantinha sobre a mesa.
-É, pode ser legal, respondeu Esther, aparentemente sem muito entusiasmo. Só não vejo o tempo que eu teria disponível para isso. A gente estuda até às quatro ou 4:30...
-Todo tempo vago ou ocioso que sua turma tivesse seria aproveitado por você nessa função. Além disso, as duas horas e meia ou três que você leva me esperando, seriam também consumidas desse modo.
-É, realmente fico um tempão esperando por você sem ter o que fazer, né mãe?, disse Esther, se dando conta de que seriam inúmeras as chances de ficar mais próxima de Nicole. Alegrou-se com a idéia de que aquilo pudesse ser o resultado de articulações da sua professora de Biologia.
-Se você viesse de ônibus, ficaria sem ter o que fazer em casa. O que acho pior.
-Ficaria estudando. E, depois, já sou grandezinha, né? E onde entra a bolsa de estudos nisso, mãe?
-É a sua remuneração. Muito bem-vinda, por sinal. Porque nos ajudaria muito.
-E você já tem a resposta?
-Irmã Nicole ficou de me avisar por esses dias. Quer dizer que tudo bem com você, se a resposta do colégio for positiva?
-É, né mãe... Vou pro sacrifício.
-Só não gostei muito de ter sido aventada a possibilidade de você dormir no colégio, em caso de muito trabalho na véspera de uma prova, um teste ou de outra atividade escolar de relevância. Nunca fiquei sem a minha criança.
-Seria bom pra você sentir um pouco a minha falta, e com isso me dar mais valor, retrucou Esther, com o pensamento às voltas com a chance de estar com Nicole até mesmo à noite.
Esther lembrou-se então de que, nesse dia, desde a primeira aula, às 8:30, Irmã Nicole mostrara-se arredia, evasiva. Parecia preocupada. Não lhe dera atenção após a aula. Não haviam se entreolhado. Nem mesmo ao final da tarde, quando ela sempre dava um jeito de vir até à biblioteca, tivera a chance de ouvir sua voz suave e olhar aqueles lábios grossos e gostosos de beijar. Protegida pelo volume da mochila sobre a mesa e se aproveitando de a mãe ter voltado à cozinha, levou a mão ao meio das pernas e se acariciou discretamente.
Se essa nova atividade tivesse início amanhã, certamente ela teria uma resposta para a repentina mudança de atitude de Nicole. Será que ela está se cansando de mim?
Verificou no transcorrer da semana que a conduta de Nicole naquele dia fazia parte de uma estratégia. Era preciso confundir as pessoas que as observavam. Ainda que algumas achassem que tinham certeza do que se passava.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

AOS MEUS AMIGOS


ABRAÇO

Vale um abraço apertado
Abraço de irmão
Abraço de amigo....
Coração com coração
largo sorriso!
Vale um abraço de paz
abraço escondido
abraço sentido!
Valem todos os abraços
Valem todos os suspiros!

Aline Romariz

quinta-feira, 19 de julho de 2007

ao sabor do vento*

de repente a gente
não sabe de onde
dá um sopro ou um vento
e as pessoas se vão
e se tornam em pedaços
dentro do estardalhaço
da nossa maior comoção
e a gente fica sem nada
ou pouco sobra do corpo
que nós então procuramos
em vão unir ou colar
como fazem as crianças
com o jogo de quebra-cabeças
pra que a gente não se esqueça
da forma como elas eram
ou do que até nos fizeram
de tudo de bom ou do bem
porque do mal não convém
que nos lembremos agora
já que essa hora implora
que nos esqueçamos que somos
constituídos de partes
que se despedaçam ao vento
quando ele acha que deve
ou quando ele quer e nos vem...


Rio, 19/07/2007
Aluizio Rezende


*(homenagem aos desaparecidos no vôo 3054)

Liter & Art na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro


Traga seus livros, jornais e revistas!
Estamos comercializando espaço para divulgação, lançamento, relançamento, venda e apresentação de livros na XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro que vai acontecer no RioCentro de 13 a 23 de setembro próximo.
Reservamos um stand com 9 m2 onde vamos apresentar a Liter & Art Brasil, assim como, levar escritores, editores e empresas voltadas para artes gráficas na edição de revistas e jornais.
Os participantes terão o direito de apresentar e vender seus trabalhos sem qualquer outro ônus ou comissão sobre as vendas efetuadas no stand. Poderão também, de acordo com o calendário de dias do evento, promover uma tarde ou noite de autógrafos com direito a dez fotos do evento.
A Liter & Art Brasil vai conceder um certificado de participação no evento, marcando asssim, de forma solene a colaboração direta para o enobrecimento da cultura em nosso pais, dada a importância do evento.
Os escritores que moram fora do Rio de Janeiro e desejarem aproveitar a oportunidade, por favor, entrem em contato.
Leia mais sobre a Bienal.
E-mails para maiores informações: contato@litereart.org.br, litereart@litereart.org.brTelefone: (21) 2471-0894








http://www.litereart.org.br/pages/eventos/litereartnabienal.php

BIENAL RIO DE JANEIRO


Se você quiser participar do projeto 24 horas de poesia na Bienal do Rio de Janeiro adicione a Editora Alcance em seu msn:editoraalcance@hotmail.com e saiba mais sobre o assunto.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

não há meio-fio sem calçada

não adianta que você
não vai entender
poesia
poderá no máximo
senti-la
(alguém já deve ter dito)
ou quando muito retê-la
talvez até ache que vê-la
é o melhor que consegue
quem sabe ‘cê chegue a fudê-la
eventualmente e não negue
que isso é o que pretendia
mas entender poesia
acho que ninguém consegue


Rio, 18/07/2007
Aluízio Rezende

terça-feira, 17 de julho de 2007

como somos

a poesia me traz as mulheres
como numa sexta-feira
me trouxe as freiras
uma devassa, a outra santa
uma nada covarde, a outra temerosa
uma de preto, a outra de branco
uma a magia, a outra o encanto
uma do bem, a outra do mal
uma lambendo o meu cú
a outra chupando o meu pau
que tal?
quero as duas religiosas
como são
comoção maior pra quê?
como somos
cromossomas,
prazer!




Rio, 16/07/2007
Aluízio Rezende

domingo, 15 de julho de 2007

Irmã Nicole, Cap. V

A manhã daquela quinta-feira cinzenta parecia conter um prenúncio de chuva. O sol não iria aparecer. Irmã Nicole deslocava-se de seu chalé para apanhar seus diários de classe na secretaria. Após recebê-los de Olga, a outra noviça da secretaria, notou por entre as folhas de um deles o que parecia ser a ponta de um envelope. Abriu-o. “Venha, por favor, aos meus aposentos amanhã às 6:30, antes de começar sua aula. Tenho novidades”. No bilhete, a letra inconfundível de Irmã Virgínia. Nicole alvoroçou-se. Dava praticamente como certa a concordância de Madre Louise com o que tinha proposto em relação a Esther. Virginia tinha apenas tentado mostrar alguma dificuldade ao dizer que a questão talvez não estivesse ao alcance de Madre Louise. Ela sabia que estava. Naturalmente a dificuldade visava à obtenção de alguma facilidade. Era preciso usar de estratégia para não ficar nas mãos de Virginia. Não fora suficiente a maneira como haviam rompido há alguns anos, Nicole ameaçando-a com um escândalo que lhe traria consideráveis prejuízos. Sabia que Irmã Virginia ainda nutria algumas esperanças, certamente físicas, em relação a ela, e que não estava inteiramente convencida da separação. Apesar de ser agora amante da diretora e gozar dos privilégios que essa posição lhe concedia.
Sexta-feira era o dia em que as aulas de Nicole começavam às 8:30. Teriam, portanto, bastante tempo para conversar. O dia não tinha sido escolhido por acaso. Seria fácil para Irmã Virgínia desvencilhar-se de Madre Louise, que praticamente deixara todo o gerenciamento do colégio nas mãos da subdiretora. Bastaria alegar a necessidade de uma supervisão repentina nos serviços de limpeza ou na entrada das alunas, com a finalidade de reforçar a disciplina e impressionar os pais eventualmente presentes. Nem todas as alunas utilizavam-se do ônibus escolar.
Olga e Suzana, as noviças da administração, ainda não estavam em seus postos quando Nicole chegou. Eram 6:40. Pensou em esperar pelas duas e apanhar logo seus diários de classe, mas desistiu. Iria chegar muito atrasada ao encontro, começando o enfrentamento com alguma desvantagem. Além do mais, seria melhor que as meninas não soubessem da hora em que havia entrado nos aposentos de Virginia.
A grande porta de madeira no final do corredor estava encostada. Nicole estava sendo aguardada. Do lado direito, a porta trabalhada do apartamento de Madre Louise. O final do corredor estreitava-se, achando-se em seu centro a porta de madeira do apartamento de Irmã Virginia, menos trabalhada e de menor largura. Nicole não precisou bater duas vezes.
-Puxa, pensei que tivesse esquecido!
-Bom dia, irmã. Como vai?, perguntou Nicole, notando o pijama de algodão azul da freira, um pouco amarrotado, e seus cabelos negros, levemente despenteados. Virginia deve ter acordado há pouco, pensou. Será que dormiu aqui?
-Bom dia, Nicole. Vou bem, e você? Entre, por favor. Não vamos ficar na porta, não é? Podemos acordar Madre Louise se conversarmos aqui. Toma um cafezinho?, perguntou Irmã Virginia, trancando a porta logo em seguida.
-Não, irmã, obrigada, respondeu Nicole, aceitando a indicação de Virginia para se sentar no sofá de dois lugares ao lado de uma mesa pequena com duas cadeiras. Percebeu logo o cheiro inebriante de incenso no ar, velho hábito da irmã que ela conhecia tão bem.
Estivera naquele aposento de três peças apenas uma vez. Seus encontros com a ex-amante aconteciam no chalé que ela ocupava hoje e que pertencera à Irmã Virginia. Do sofá onde se encontrava, ela podia ver, pela porta do quarto entreaberta, a cama de casal desarrumada, o edredom e o lençol fino amontoados junto à cabeceira. Provavelmente Irmã Virginia tinha abandonado a cama de Madre Louise mais cedo do que de costume. Nicole não conseguiu identificar o santo retratado no quadro de um fundo azul esmaecido na parede em frente à cama.
Virginia tomou uma das cadeiras da mesinha e a colocou em frente ao sofá onde Nicole se achava, sentando-se em seguida. As pernas volumosas afastadas, um pedaço do cordão da calça do pijama aparecendo, e dois botões fora de suas casas no paletó do pijama, mostrando a pele alva do abdômen da irmã e os pelos negros que lhe chegavam ao umbigo. Nicole já havia se esquecido desse detalhe, que lhe costumava ser de irresistível atração na presença do corpo seminu de Virginia, além do olhar dominador sugerido por aqueles olhos incrivelmente azuis. Procurou fugir daquele antigo interesse, esforçando-se em reparar o mais discretamente possível a maneira como Irmã Virginia viera recebê-la.
-Tenho boas notícias, Nicole. Madre Louise concordou com a idéia de aproveitar Esther na secretária do colégio, disse Virginia, procurando ajeitar os cabelos com as mãos.
-Que bom, que bom. Ela merece. É uma boa menina e uma excelente aluna.
-Insisti para que Madre Louise não submetesse a questão à decisão da Congregação em Princeton. Nós temos alguma autonomia. Além do mais, o que é uma aluna dormir aqui uma ou outra noite, eventualmente, quando já tivemos oportunidade de abrigar mais de cinqüenta sob o regime de internato?
-Se bem que o internato já não existe há alguns anos, observou Nicole.
-E vai continuar não existindo. Até porque Esther não dormirá aqui habitualmente. Aliás, espaço é o que não falta. Ela poderá ficar no dormitório das noviças, quando houver a necessidade.
-Sem dúvida. Tenho certeza de que não haverá problema de adaptação.
-Também acho, mesmo porque será uma noite ou outra, uma situação esporádica. Mas se houver necessidade, no caso de extrema emergência, você poderá levá-la para o seu chalé. É evidente que isso não deve se repetir toda vez que ela precisar ficar por aqui.
-Claro que não, imagina, apressou-se em dizer Nicole.
-Não foi muito fácil convencer Madre Louise. Ela chegou inclusive a se preocupar com a possibilidade de se estabelecer um vínculo empregatício ou algo do tipo.
-Mas, perdoe-me o termo, que bobagem. Não acredito que a mãe da menina pudesse pensar em tal coisa.
-Claro que não. E depois, a rigor, Esther estaria aqui por duas ou três horas, esperando sua mãe vir buscá-la. Enquanto isso, teria a chance de praticar alguns ensinamentos ministrados nas aulas de caráter profissionalizante, explicou Irmã Virginia, levantando-se para ocupar o lugar ao lado de Nicole.
Nicole teve que se comprimir um pouco para que houvesse espaço para as duas. Com a perna de Nicole colada ao longo da sua, Irmã Virginia repentinamente se inclinou para murmurar ao ouvido de Nicole:
-E você, querida, ficou satisfeita agora?
Nicole não respondeu. Procurou afastar-se. Pensou em se levantar, mas achou que seria uma indelicadeza. Aproveitando-se dessa indecisão, Irmã Virginia beijou-lhe o rosto.
-Não faça isso, Virginia. Você sabe que não tem mais esse direito, disse Nicole, traindo-se no ar de seriedade que pretendia comunicar.
Percebendo-a vulnerável, Irmã Virginia tomou-lhe os ombros num segundo e lhe beijou os lábios com sofreguidão. Nicole ainda tentou empurrá-la, até mesmo com os joelhos, mas sucumbiu aos braços mais fortes da outra mulher que agora aumentavam a pressão do abraço. Praticamente imobilizada pelo ataque repentino, Nicole, em represália, procurou manter a boca fechada. Irmã Virginia, sem liberá-la, passou a agir com menos violência, lambendo-lhe os lábios e comprimindo seus seios contra os dela, já que estava praticamente sobre Nicole no sofá. Sabia que era uma questão de tempo. Nicole resistiu enquanto pôde. Ao sentir os movimentos dos quadris de Irmã Virginia contra os seus, percebendo que a calça do pijama dela havia provavelmente descido, abriu ligeiramente os lábios, permitindo que a língua de Irmã Virginia entrasse-lhe pela boca, o cheiro adocicado do incenso penetrando-lhe as marinas e convidando-a a se abandonar. Afinal, acabara vencendo. Esther conseguira a bolsa de estudos. Nicole poderia agora se dar ao luxo de permitir a Virginia alguma compensação. Saberia depois como proceder para que Virginia entendesse que teria sido a única concessão. Dando curso a tais pensamentos, Nicole percebeu que já não desejava resistir à tentação de se mexer também. O que fez discretamente, talvez pretendendo comunicar a intenção de ainda querer se desprender. Mas suas mãos já cingiam as costas de Irmã Virginia, surgindo a vontade de descê-las um pouco mais e pousá-las sobre as ancas fartas da outra freira. Inteiramente senhora da situação, Irmã Virginia pode livrar-se por completo da calça do pijama e erguer o hábito de Nicole até a altura dos seios, sabendo que essa era a única vestimenta que cobria o objeto do seu desejo.
-Que macia, meu Deus. Cheinha como sempre, falou Virginia, ao espalmar a mão sobre a vagina inchada e gorda de Nicole.
Alegrou-se ao perceber que os grandes lábios de Nicole, imensos e afastados, estavam inteiramente molhados. Com o dedo médio trouxe à boca o mel transparente de Nicole. Logo em seguida beijou-a, sem que houvesse a mínima resistência agora. E depois, evitando precipitar-se, encaixou suavemente o sexo na vagina acolchoada de Nicole, tendo o cuidado de posicionar o grelo pontudo no meio da fenda para deslizá-lo no movimento de sobe e desce a que deram início.

sábado, 14 de julho de 2007

COM A PALAVRA: DELMO BIUFORD









PALAVRA



Palavra bruta, é a matéria prima

Que a mão lapida.




Forma incerta, idéia inicial,

Vida em produção entre rascunhos,

Esboços e sensações de toda sorte

A impressão nítida da impotência,

A certidão da missão cumprida.




A palavra escapa,

Instala-se atordoadamente,

Como em um vôo incompleto,

Mas isso é o que se respira,

É desse ar rarefeito que nascem meus suspiros,

Trabalhar a palavra e despi-la,

Para aí, expô-la à leitura,

Feito a um corpo ao fuzilamento.



Delmo Biuford

sábado, 7 de julho de 2007






QUÍMICA


Homogênea concentração

de desvairados átomos

bailam dentro de nós...

Louca reação,

ionica força condutora

de doidos desejos...

Mistura insana,

estado de ebulição

solvente solução

de solutos perfeitos...

Mistérios gostosos

de um prazer infindo,

sólido estado de querer muito...

Química pele que tocou a minha

e deixou substâncias

saturadas de um amor lindo.


ALINE ROMARIZ

Irmã Nicole, Cap. IV

Ao encontrar-se com Brian naquele dia na hora do almoço, Francis ainda estava transbordando de excitação. Eram muitas as novidades. E todas muito boas. Primeiro era o fato de Esther ser considerada a melhor aluna da escola. Incomodava-a um pouco não ter sabido disso há mais tempo. Queria ser a melhor mãe possível. Na verdade tinha ido apenas às primeiras reuniões de pais no início do ano. Sua filha ainda não era a Esther de que hoje lhe falara a freira. Depois veio a possibilidade de ser concedida uma bolsa integral a Esther. O que, sem dúvida, ajudaria muito. De sobra ainda havia a chance de estar sozinha uma ou outra noite, quem sabe por semana. E assim poder ficar mais junto do namorado e finalmente conhecer o seu apartamento, atendendo aos seus inúmeros convites. Valeria a pena acreditar um pouco mais naquela relação. Brian parecia ser um sujeito bom, dedicado e trabalhador. A implicância de Esther no início fora apenas ciúme.
-Ela inclusive me acenou com a possibilidade de Esther dormir uma noite ou outra na escola, quando no dia seguinte, por exemplo, houvesse uma prova, um trabalho de grupo ou sei lá o quê.
-Entendo. Se a menina estudou o dia inteiro e trabalhou no final da tarde na secretaria, é natural que ela fique por ali mesmo para descansar um pouco e ter tempo para dar uma olhada na matéria a ser cobrada no dia seguinte. Só que..., expressou-se Brian sem muita vontade de querer continuar. Aproveitou para pedir ao garçom mais uma cerveja.
-Só que... Continue, Brian.
-Ia dizer que você deve procurar saber direitinho em que condições sua filha vai passar uma noite fora de casa. Quem vai estar na supervisão, a quem a garota vai recorrer em caso de uma eventual emergência, em que cama vai dormir, que banheiro vai usar, etc., explicou Brian.
-Que nada, querido. O colégio é de ótimo nível. Talvez Esther seja uma das meninas mais pobres na escola. É só verificar pelas roupas e mochilas de suas coleguinhas. Ou então pelos carrões dos pais nos dias de reuniões. Eles não colocariam seus filhos em qualquer coleginho não. A escola é limpinha, tudo no seu lugar. Nisso as freiras são campeãs. Além disso, gostei muito da Irmã Nicole. Pareceu-me compenetrada, séria e positiva. Está longe de ser aquela torturadora, intolerante ou aproveitadora de alunas inocentes, que você deve estar imaginando, que existiam nos colégios de freiras de antigamente.
-Não estou imaginando nada, defendeu-se Brian. Acho apenas interessante que algumas precauções sejam tomadas.
-Vou conversar muito com Estherzinha. Conheço minha filha. Tenho certeza de que isto será o suficiente.

Àquela hora na escola Esther tinha acabado o almoço. Ficara na mesa das três colegas com quem vinha almoçando ultimamente. Ainda tinham cerca de vinte minutos até o início da aula de Informática. Decidiram então ir ao pátio, e depois sentar um pouco num dos três degraus de concreto da arquibancada da quadra de esportes. Havia outras alunas no local.
-O professor de Física? Que nada, ele é um bundão, disse Amber, parecendo liderar a conversação iniciada no restaurante.
-Mas é bonito. Alto, moreno, com aqueles braços de musculação. Nem parece um professor de Física, explicou Cindy, olhando para Esther.
-É ele mesmo, meninas. Os outros têm todos mais de 50. Já morreram. Mas ele não. Já viram como ele olha para a Irmã Nicole?, perguntou Melanie, sem se dirigir a ninguém especificamente. Esther continuava apenas ouvindo.
-Sim, mas não deve ser o que vocês estão pensando. O que é que ele vê ali? Uma mulher sempre coberta, e ainda por cima de preto. Provavelmente iria se assustar quando ela tirasse a roupa, pilheriou Amber, fazendo com que todas rissem. Esther inclusive.
-Chiii... falando no diabo e ele aparece, interveio Cindy, percebendo que Irmã Nicole caminhava a passos firmes em direção ao grupo das quatro.
-Será que ela ouviu alguma coisa?, perguntou assustada Esther.
Irmã Nicole aproximou-se do grupo, não dando tempo a que ninguém respondesse a Esther. Detendo-se a cerca de três metros das alunas, manifestou-se na sua voz melodiosa, carregada, porém, de uma certa frigidez:
-Consegui o livro de Botânica de que você falou. No final das aulas estarei na sala cinco. Pode vir dar uma olhada, se quiser. Após a comunicação, Irmã Nicole afastou-se rapidamente, sem esperar pela resposta de Esther.
-Agora é assim, é? A aluna é quem indica livro para a professora?, perguntou sarcasticamente Amber.
-Não é isso... não é isso, balbuciou Esther, procurando pelo que falaria a respeito daquele livro de que não sabia de nada.
-Não é isso, não?, queridinha da Irmã Nicole, brincou Melanie.
-É que mamãe me falou sobre um livro de Botânica que uma de suas amigas gosta muito. Essa amiga adora plantas, respondeu Esther, surpreendida com a sua capacidade de improvisação.
Esther precisou lutar contra a impaciência. Não via a hora de se encontrar com Irmã Nicole na sala cinco. Sabia muito bem porque desejava tanto vê-la. Embora lutasse para não se apegar à imagem de seus lábios colados nos lábios grossos e adocicados da freira. Sentia ruborizar-se ao se imaginar sentada sobre uma das pernas de Irmã Nicole, deliciando-se com o contacto entre o seu sexo de penugem rala e a coxa roliça da irmã. Vinha um friozinho na barriga, um certo medo, mas também uma vontade de repetir tudo de novo. Deu-se conta de que até aquele momento não a tinha visto. Tinha pensado que Irmã Nicole a procuraria logo de manhã. Ela que chegara à escola ansiosa por encontrar a professora. Há pouco Irmã Nicole mostrara-se distante, algo fria. Esther chegou a pensar que pudesse ser verdadeira aquela história do livro.
No fim do dia, por volta de quatro e meia, Esther esperou que todos saíssem para se dirigir até à sala cinco. Seu coração batia quando chegou à entrada da porta. Bateu mais forte quando entrou e não viu ninguém. Olhou para a mesa da professora na certeza de que iria encontrá-la folheando alguns de seus livros, junto ao diário de classe e uma caixa de giz. Olhou para o fundo da sala, olhou para o quadro-negro e não viu ninguém. Percebeu então no canto esquerdo inferior do quadro a miúda inscrição, em letras que pareciam rabiscos, da palavra kpla. Será que é “capela”?
Teria que atravessar o pátio até à capela, pequena construção contígua ao prédio principal. Não havia mais alunas na escola. As noviças dos serviços gerais deviam estar limpando o refeitório ou fazendo um lanche. As noviças da secretaria teriam que finalizar seu trabalho pelo menos até às seis e meia. Madre Louise e Irmã Virginia provavelmente deviam estar jantando.
A porta da capela achava-se encostada. Entrou e não viu ninguém devido ao contraste entre a pouca iluminação interna e a claridade de fora.
-Esther, Esther... Oh meu anjo, desculpe-me ter feito você vir da sala cinco até aqui, falou Irmã Nicole baixinho, quase ao lado da porta de entrada, bem próxima a Esther. Esta se assustou de início, até pelo fato de não estar vendo praticamente nada à sua volta por causa da escuridão. Percebia apenas os ruídos que indicavam a movimentação da freira, parecendo querer livrar-se do hábito.
-Aqui... aqui, querida, chamou irmã Nicole, fazendo com que Esther se deixasse conduzir na direção daquela voz melodiosa.
Atrás do último banco, Esther estranhou o vulto todo de branco de onde provinha a voz da freira. Esther aproximou-se e mal teve tempo de tocar o braço da irmã. Sentiu de repente os lábios grossos de Nicole amassando os seus ao mesmo tempo em que o que parecia ser um camisolão de seda se abria para permitir que a menina sentisse o corpo nu da freira.
-Hummm...hummm..., amor. Tanto tempo sem você. Um longo fim-de-semana, murmurou Nicole, estreitando Esther em seus braços.
Esther não sabia o que dizer. Apenas experimentava a delícia daqueles lábios adocicados e sentia no aconchego daquele abraço uma proteção maior até do que a que tinha em casa. Nicole beijava-a, soltava-lhe os cabelos e lhe puxava a blusa de dentro da saia que logo depois foi ao chão.
-Desculpe-me pela história do livro. Espero que você tenha se saído bem. Percebeu facilmente a palavra capela no meio daqueles rabiscos?
Esther nada falou. Sentia-se atraída pela religiosa. Não queria fazer nada que não fosse ficar ali à disposição dela. Presa também daquela sensação de medo e aventura, carregada de lascívia. Continuava oferecendo a boca aos beijos da irmã.
-Espere um pouco, querida.Vou passar o trinco na porta, disse apressada a freira.
Ao voltar, Irmã Nicole estava inteiramente nua. Esther, cujos olhos já haviam se acostumado à pequena luminosidade, pode perceber o triângulo negro entre as pernas alvas e roliças da irmã. Bem diferente do que suas colegas haviam imaginado. Irmã Nicole tinha um corpo bonito. Mas deve ter perdido o juízo. Nuazinha aqui comigo! E, no entanto, Esther não tinha medo.
Nicole aproximou-se outra vez dela, cobrindo-lhe a boca com os lábios grossos. Fez com que a menina se livrasse da saia com os pés, empurrando-a para o lado, e tirasse rapidamente a blusa, que foi jogada sobre um banco. Esther de calcinha e soutien. Nicole podia adivinhar os seios pequenos e graciosos, empinados e de biquinhos róseos ou da cor de uma cereja. Esther não podia ver a avidez no brilho dos olhos da irmã. Nicole fez com que Esther se sentasse no banco de madeira para que sua boca ficasse mais ao nível dos seios da garota. Espalmou uma das mãos contra a buceta ainda coberta da menina, fazendo com que ela afastasse as pernas sobre o banco, enquanto mordiscava incessantemente os seios durinhos de Esther, cobertos ainda pelo soutien.
-Uiiii... uiiiii... ma.... ma..., irmã.
-Oh... meu bem..., meu amor... Pode falar mamãe, benzinho. Você é.... é... a minha... filhinha.
Beijos de novo de Nicole. Que aí se surpreendeu com a iniciativa de sua aluna. Esther levantou-se de repente para ora morder, ora sugar, lamber enfim toda a boca da freira, engolindo-lhe a saliva. Aproveitando-se desse frenesi, Nicole desceu com suavidade a calcinha de Esther, para mais comodamente deslizar o dedo médio ao longo da fenda estreita e pequenina. Esther afastou mais um pouco as pernas enquanto se livrava do soutien com um puxão. Nicole subiu no banco de madeira de pouca altura, ficando com a vagina quase ao nível da boca de Esther. Oferecia-se também ao alcance das mãos da menina. Pressionando o rosto da aluna contra seu corpo, Nicole pegou uma das mãos de Esther e a conduziu para o meio de suas pernas. A garota logo interrompeu os beijos que dava na altura do umbigo da freira.
-Hummm... que macio. Meu Deus, como são gordos, grossos como os da boca... ou... não, mais... muito mais grossos, murmurava Esther, enquanto afundava os dedos nos lábios externos da vulva da freira para depois molhá-los dentro do talho melado, ou os deslizava sobre a fenda para depois enxugá-los na abundância de pelos ao redor, ou friccionava o grelo também gordinho e deslizante de Nicole junto com as mordidas que começavam a descer abaixo do umbigo.
-Não..., Esthezinha..., não fala que esses meus lábios são grossos, não fala que ela é gordinha..., não fala..., que enlouqueço... ahhhhh...
Apesar de tudo, Nicole não pôde acreditar quando Esther, deixando de a masturbar, afundou o nariz na fartura de seus pelos. Resolvendo descer do banco, Nicole teve que apoiar um dos pés no degrau da genuflexão, o que permitiu que Esther tivesse diante de seus olhos uma visão mais completa do sexo de Nicole. Foi o momento escolhido pela menina para tentar cobrir com a boca toda a buceta da freira. O que não conseguiu. Ficaram algumas partes dos grandes lábios de fora. Esther sugava-os ininterruptamente, uma banda, depois a outra, sorvendo com avidez os líquidos provenientes dali. E interrompendo o movimento de Nicole em direção ao chão. Foram talvez cinco minutos naquela posição. Gozaram abundantemente as duas. Nicole sugeriu então que fossem para o chão. Rapidamente empurrou para o lado o banco próximo a elas, jogando sobre o espaço aberto o hábito negro e sobre ele o camisolão branco, as duas peças abandonadas anteriormente. A freira deitou-se imediatamente, sendo seguida pela aluna. Esther mergulhou de novo a boca na penugem de Nicole, parecendo querer engulir os lábios grandes e grossos da freira que lhe atraiam mais do que tudo.
-Vem, meu anjo... vem pra cá, reclamou Nicole, fazendo menção de tocar as pernas de Esther na intenção de que ela se virasse na direção da cabeça da irmã.
Esther atendeu o pedido da freira e colocou a vagina sobre a cabeça de Nicole, que a manteve afastada para uma cômoda e demorada contemplação da genitália da menina. Observou a freira como era rala e alourada a penugem que circundava o talho, como eram finos e graciosos os lábios externos da vagina, e proeminente o grelinho de tonalidade rósea. Imediatamente imaginou a própria buceta parada sobre a da menina, sufocando a vagina menor, como se a tivesse engolindo, deixando que escorressem para o sexo de Esther todos os seus líquidos, esfregando-se na aluna para lhe abrir mais os lábios da pequenina vulva. No meio desses pensamentos, permitiu que Esther descesse com a vagina ao encontro de sua boca, enquanto pressionava com as mãos a cabeça da aluna entre suas pernas, para que fossem intensificadas as carícias que recebia. Percebendo que Esther se mexia e se ajeitava, abrindo-se mais e se acomodando melhor para que sua vagina fosse comodamente desfrutada e consumida pelos lábios grossos da freira, Nicole começou a gozar intensamente. Tinha a certeza de que a menina engolia com avidez todo o produto do seu orgasmo.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Irmã Nicole, Cap. III

Embora tivesse à sua disposição uma escrivaninha na secretaria, Irmã Virginia utilizava-se muito da que tinha em um canto de seu quarto. Era ali praticamente o seu local de trabalho. Seu aposento constituía-se de uma sala, do amplo quarto e de um banheiro. Na verdade, quando não estava trabalhando, ela passava a maior parte do tempo no apartamento de Madre Louise, também de três peças, porém maior e mais confortável. Dormiam numa ampla cama de casal. Eram amantes, fato cuidadosamente escondido, como é próprio dos assuntos, no meio católico, que precisam permanecer desconhecidos. O que não era suficiente para que não houvesse especulações. Todavia, apenas Irmã Nicole sabia efetivamente de tudo.
Quando o telefone interno tocou no quarto de Madre Louise, era uma e meia da tarde daquela segunda-feira. As duas descansavam após o almoço. Estavam nuas na cama e a Superiora mantinha a boca ao alcance de um dos seios de Irmã Virginia, enquanto esta acariciava a coxa e anca da perna esquerda da madre dobrada sobre seu corpo. Irmã Virginia ouviu a voz fina de Olga anunciar a presença de Irmã Nicole na recepção.
-Quem é?, perguntou Madre Louise, já praticamente sobre Virginia.
-É Nicole. Quer falar comigo, respondeu Virginia, tapando o fone com uma das mãos.
-Mas logo agora! Diga que você está almoçando, ou descansando, ou sei lá o quê.
-Fale mais baixo, madre. A menina pode ouvir, retrucou Virginia, antes de voltar ao aparelho. Olga, peça-lhe que espere uns cinco minutinhos. Estou acabando o almoço.
-Está bem, irmã, está bem, respondeu Olga, percebendo pela voz de Virginia que seria melhor desligar.
-Você vai mesmo atendê-la, Virginia?, indagou de novo Madre Louise.
-Acho melhor, Louise. Nicole nunca vem aqui sem avisar. Deve ser algo importante.
-Será mais importante que isso?, perguntou a madre, cuja mão direita acariciava a vagina de Virginia, tentando penetrar-lhe com o dedo médio.
-Claro que não, você bem sabe. Mas sabe também que temos muito tempo pra isso. E que precisamos corresponder às expectativas das pessoas.
Percebendo que Madre Louise ouvia com atenção, Irmã Virginia aproveitou-se para, afastando-se da Superiora com delicadeza, levantar-se e se vestir rapidamente.
-Vou recebê-la em meu quarto, disse Irmã Virginia ao sair.
Madre Louise nada respondeu. Reconhecia que era mais inteligente deixar para o início da noite o que haviam começado. Embora soubesse que há muito tempo não havia uma aproximação como aquela após o almoço, momento que particularmente adorava. Não lhe passou também despercebido o interesse de Virginia em receber Nicole o mais rapidamente possível.
Logo em seguida, em seu quarto, após procurar no espelho por uma expressão de serenidade no rosto, Irmã Virginia interfonou para a recepção, solicitando que Irmã Nicole fosse encaminhada a seus aposentos.
-A que devo a honra dessa visita, Irmã Nicole?
-Vim roubar um pouquinho do seu tempo. Trata-se de uma decisão que pode ser muito importante para uma pequena família, Diretora.
-Você sabe que Madre Louise e eu sempre fomos muito sensíveis às suas postulações. Eu principalmente, em que pese esse seu jeito especial, às vezes rebelde, nem sempre muito compreensivo.
-Ora, Irmã Virgínia, não podemos fugir às nossas peculiaridades.
-Você poderia nos ajudar muito mais que ajuda e desfrutar de condições bem diferentes das que dispõe se fosse mais nossa amiga, principalmente a amiga e pessoa que você foi um dia pra mim, expressou-se Irmã Virginia de modo solene, de pé e segurando com as suas as duas mãos de Irmã Nicole.
-Já tivemos inúmeras discussões a esse respeito. Agradeceria bastante se você não me obrigasse a falar disso de novo.
-Tá bem, tá bem, Nicole. Como preferir. Em que posso servi-la?
-Não estou vindo pedir nada para mim. Todo mundo na escola sabe que a Esther é a melhor aluna de Biologia que tivemos em todos os tempos.
-É verdade. É realmente surpreendente. Isto sem deixar de ter bom aproveitamento também nas outras matérias, concordou Irmã Virginia.
-Todos sabem também que se trata de uma menina pobre, que a mãe tem que trabalhar muito para o sustento da casa e lhe proporcionar a educação que vem tendo.
-Sim. E daí?
-Tendo em vista o rendimento dela também nos cursos profissionalizantes, sobretudo em informática, pensei que ela pudesse ser aproveitada na secretaria da escola, ao lado das duas noviças que nem sempre dão conta de todo o serviço. O que às vezes traz transtorno até a nós do corpo docente, conforme você mesma já reconheceu.
-É verdade. Não é má idéia. O trabalho na secretaria às vezes acumula. Mas o problema é que não teríamos como pagá-la.
-Problema muito simples de ser resolvido. Basta que concedamos a ela uma bolsa de estudos integral.
-Bem, isso terá que ser conversado com Madre Louise. Nem sei se ela teria essa autonomia,
-É por isso que estou aqui. Para contar com a sua influência, seu discernimento, bom senso e noção de reconhecimento em relação ao valor das pessoas, disse Nicole, procurando convencer a Subdiretora.
-Tá bem, Nicole, tá bem. Deixe desse bla-bla-bla todo. Ainda essa semana te dou uma posição. Quanto à minha noção de reconhecimento em relação ao valor das pessoas, ninguém melhor que você para dizê-lo.
Nicole preferiu não responder. Ao sair, Nicole pode sentir os lábios quentes de Virginia em cada uma de suas faces, mas se apressou em fugir discretamente do abraço da Subdiretora.


A partir do fim-de-semana após o ocorrido na capela entre Irmã Nicole e Esther, Francis surpreendeu-se com a alegria e a satisfação constantemente demonstradas pela filha. Sem descuidar de suas leituras e deveres escolares, Esther atendia com presteza e entusiasmo aos pedidos da mãe para ajudar na cozinha ou colaborar com a limpeza do apartamento, o que nem sempre acontecia. Observou também que a filha tornara-se repentinamente mais carinhosa. Até mesmo a implicância com Brian havia desaparecido. A menina parecia estar sempre querendo que chegasse logo a segunda-feira.
-Essa tarde de domingo será só nossa, querida. Ninguém vai perturbar o nosso almoço, umas comprinhas no mall e o cinema no início da noite, tá bem?
-Está bem, mamãe. Mas não precisa preocupar-se comigo. Sempre tenho alguma coisa pra ler ou escrever. Se quiser, pode ir ver o Brian no domingo. Não me importo.
-Eu sei. Já me encontro com ele à hora do almoço durante a semana. Está de bom tamanho. Aliás, quero que você não se esqueça de que jamais trocaria a minha doçurinha por homem nenhum na vida, pelo menos até que você esteja em condições de caminhar pelo mundo com suas próprias pernas.
-Mais isso ainda vai demorar algum tempo, não é?, reagiu Esther.
-Teremos o tempo que for necessário, respondeu a mãe.


Na terça-feira seguinte, um dia após Irmã Nicole ter conversado com a Subdiretora, Francis deparou-se com a professora de Biologia no estacionamento ao se dirigir ao seu carro, depois de ter se despedido de Esther. A freira parecia aguardá-la.
-Como vai, Francis? Muito apressada para o trabalho?
-Vou bem, irmã. E a senhora? Meu horário é sempre apertadinho, respondeu Francis, um pouco surpreendida pela presença da irmã ali àquela hora.
-Será que teria uns cinco minutinhos pra mim?
-Claro, irmã. Um leve atraso em anos de trabalho não vai fazer diferença.
-Já pensou na possibilidade de Esther conseguir uma bolsa de estudos integral?
-Não, não havia pensado nisso. A gente se programa pra pagar tudo tão direitinho que nunca pensa na hipótese de deixar de pagar alguma coisa. Existe alguma chance, irmã?
-Você não tem visto as notas de sua filha? Ela não tem ao menos lhe contado?
-Verifiquei logo no início que as notas dela eram muito boas. É claro que a elogiei. Mas, em geral, apenas pergunto se está tudo bem. Como ela diz sempre que sim, não me preocupo. Sei que ela tem estudado bastante e que nunca se descuida de suas obrigações escolares. Às vezes até me intrigo com o interesse e a tamanha atenção que ela dá aos estudos, principalmente à sua matéria, respondeu Francis, discretamente olhando o relógio.
-Esther é simplesmente a melhor aluna que temos tido certamente nesses últimos cinco anos. Isso sem ser muito diferente de suas colegas. Nota-se apenas certa preferência por estar sozinha, o que não quer dizer que evite as amigas. Você está de parabéns. A garota é um fenômeno.
-Olha só! Não sabia nada disso. Muito obrigada. Ela quase não me fala sobre a escola. Fico muito contente.
-Foi com base nessa performance de Esther que decidi consultar a direção da escola sobre a possibilidade de lhe ser concedida uma bolsa de estudos integral. Se você me permite, isso seria uma grande contribuição para o orçamento da família, não acha?
-Mas é claro que sim. Oh, meu Deus, como ajudaria. Sobraria algum dinheirinho inclusive para ela mesma, respondeu Francis com um sorriso largo, aparentemente esquecida do horário. E já se tem a resposta, irmã?
-Não, ainda não. Ficaremos sabendo nessa semana. Para que o projeto tenha mais chances de se concretizar, sugeri que Esther ajude as meninas da secretaria. Enquanto estiver disponível, isto é, depois das aulas, até à hora em que você vem buscá-la. Isso servirá como uma espécie de estágio para sua filha, que tem tido um ótimo aproveitamento no Curso de Secretariado e nas aulas de Informática. Temos inclusive estrutura para ela dormir no colégio, se houver necessidade, em função de o acúmulo de trabalho na secretaria interferir eventualmente com uma atividade escolar de importância no dia seguinte. Já adotamos aqui o sistema de internato tempos atrás. Mas não é isso o que queremos para Esther. Aliás, a possibilidade de ela passar uma noite ou outra em nossa companhia, por mais recomendável que fosse, só se concretizaria com a sua anuência. É óbvio que não vamos querer separar mãe e filha. Alguma coisa em contrário, Francis?
-Não, claro que não, irmã. É ótima a idéia do aproveitamento dela em uma atividade que tenha a ver com o que ela estuda. Não há de ser uma carga horária pesada para uma menina de 16 anos. A concessão da bolsa integral em função disso é mais maravilhoso ainda. Sobre ela dormir na escola, acho que vou levar algum tempo para me acostumar com a idéia, ponderou Francis com um sorriso meio amarelado. De todo modo, parece que a senhora caiu do céu. Já falou sobre tudo isso com a Estherzinha?, perguntou, com os olhos transbordando ainda de excitação.
-Preferi primeiro saber a sua opinião. Acho que você, Francis, deve conversar com ela a respeito. Mas sem procurar convencê-la, apesar desse seu entusiasmo. Acho que já estamos bem longe dos cinco minutos que tínhamos. Você precisa ir agora.
-Ah, mas valeu à pena. Muito obrigada, irmã. Obrigada mesmo. Pode deixar que saberei como falar com Estherzinha.

domingo, 1 de julho de 2007

Irmã Nicole, Cap. II

Irmã Nicole, Cap. II

-Você sabia, mãe, que cerca de dois mil anos atrás se chegou a pensar que a vida pudesse se originar de matéria inanimada, o que se chamou de Teoria Abiogênese?
-Ih, menina, pára com isso. Hoje é sábado. Relaxa.
-Né isso não, mãe. É que segunda-feira a Irmã Nicole pode surpreender a gente com um teste, que deverá incluir a matéria do início do ano, explicou Esther.
-Estou percebendo que você gostou mesmo de Biologia.
-Também, como uma professora daquela. Parece que não há ninguém na sala que não goste dela.
-E nas outras matérias, Estherzinha? Como você está?
-Não vou mal. Mas realmente em Biologia é que me dou melhor. Minhas notas estão entre as maiores da sala.
Na verdade as notas de Esther, em Biologia, tinham sido as melhores da turma durante os cinco primeiros meses do ano. Contribuíra para isso a especial atenção, sobretudo fora de sala de aula, prestada pela professora à sua aluna predileta. Isso decorria certamente do interesse revelado por Esther pela matéria. Seria também o resultado da perfeita empatia entre as duas, que se dera talvez logo a partir do primeiro dia de aula. E que de alguma forma tivera a contribuição do comportamento de Esther, sempre mais arredia e calada, preferindo passar o recreio e as horas vagas lendo ou estudando. Gostava de estar sozinha. Não evitava as colegas. Mas efetivamente não estimulava aproximações. Talvez tivesse estabelecido consigo mesma o compromisso de aproveitar ao máximo a escola, para compensar o esforço que sua mãe fazia para lhe proporcionar uma educação de qualidade. Essas características aproximaram-na da professora.
Irmã Nicole intrigava-se com aquela menina que, apesar do corpo bem desenvolvido e torneado, e talvez 1,70m de altura, não se interessava muito por esportes ou por brincadeiras em grupo. Se havia sinais de tristeza, eles estavam bem dissimulados. Seu rosto era alegre e sorria com facilidade. Mas isto não afastava a impressão de desamparo que Irmã Nicole associava à menina. O que era reforçado pelo fato de ser pouco comum a professora encontrá-la com outras colegas.
Pouco depois do terceiro mês de aula, praticamente todos os dias entre 4:30 e 6:30, Irmã Nicole passou a fazer companhia a Esther, que deveria ficar aguardando a mãe. Esther adorava a atenção que recebia de quem era assim como uma espécie de ídolo para ela. E Irmã Nicole podia acrescentar aos seus livros e às suas obrigações religiosas uma atividade muito bem vinda, que era a de ter alguém com quem se preocupar. O que nunca acontecera em seus nove anos de vida no convento. Foi inevitável uma certa intimidade entre as duas, embora suas posições de professora e aluna estivessem mantidas, principalmente em sala de aula.
Após uns quatro meses do início dessa aproximação, quando Esther já despontava como uma das melhores alunas do colégio, Irmã Nicole começou a se dar conta de que esperava com certa ansiedade por aquele encontro, quase que diário, das 4:30 com sua aluna. E o fato de que a partir daquela hora não haveria a presença das outras alunas colaborava de algum modo para o aumento da expectativa.
No início ficavam na saleta junto à secretaria, utilizada como uma pequena biblioteca. Essa saleta tinha acesso pelo largo corredor de uns 8m de extensão, no fim do qual encontrava-se uma porta de madeira envernizada, da largura do corredor. Esta porta conduzia ao hall de acesso aos aposentos das diretoras da escola, que ficavam na parte posterior do prédio principal. Depois passaram também a ir à capela, logo à direita do prédio principal. Às primeiras vezes iam ali para rezar, tendo Esther a oportunidade de aprender várias orações que não conhecia. Mas não nesse final de tarde de uma quinta-feira em que a menina parecia muito nervosa.
-O que foi, Esther? Alguma coisa ruim?, perguntou Irmã Nicole, visivelmente assustada.
-Não, não foi nada. É assim mesmo, respondeu numa voz baixinha a menina.
Estavam sentadas, como sempre, no penúltimo banco à direita da porta de entrada que nunca ficava aberta. O altar, a cerca de 6m de onde estavam, era iluminado pela luz de quatro velas grossas. A luz do dia, esmaecendo-se àquela hora, não reunia condições de penetrar as estreitas janelas do lado esquerdo da capela a cerca de 1,80m do piso. O lado direito era contíguo ao prédio principal.
-Não foi nada como, Esther? Você está soluçando, meu bem!, prosseguiu Irmã Nicole, com a sua voz melodiosa. Não quer me contar, querida? Não preciso dizer que aqui, fora da sala de aula, nós somos duas amigas.
-Não é isso, irmã. É que... é que... a mãe... a mãe tá querendo... tá querendo levar... levar lá pra casa... esse... esse tal de Brian MacDough, soluçava Esther, terminando por abraçar a freira à sua frente para esconder contra seu peito o rosto e as lágrimas que brotavam de um choro convulsivo.
-Ah, mas o que é isso, minha menina, o que é isso! Estava assustada, esperando algo pior, disse Irmã Nicole, procurando confortá-la ao estreitar contra si a cabeça da menina. Isso é mais do que natural, Esther. Sua mãe é jovem ainda e tem o direito de procurar ser feliz ao lado de um companheiro.
-Só... só que eu não sei se... se ele poderá fazê-la feliz. Ele é feio e tem cara de mau, replicou Esther, levantando a cabeça sem se preocupar com as lágrimas que continuavam abundantes.
-E eu aqui sem um lenço, sem a menor condição de estancar esse choro todo, sua bobinha. Olhe para mim, falou baixinho Irmã Nicole, procurando secar com as mãos o rosto de Esther. Não acredito que sua mãe vá se relacionar com uma pessoa que possa ser hostil a você, que é a coisinha mais importante para ela.
Enquanto falava, Irmã Nicole pensava numa maneira de estancar aquele choro. Esther soluçava ainda e tremia, procurando se aconchegar ao colo da freira. As duas pernas da menina dobraram-se lateralmente sobre o banco, permitindo que a saia comprida de xadrez descobrisse um de seus joelhos. Nicole notou a pele alva e, sob a saia, o formato da coxa grossa da menina. Num impulso tanto maternal quanto instintivo, a irmã retirou as mãos do rosto da aluna, pousando nele seus lábios para secar-lhe as lágrimas. Esther deve ter achado normal o procedimento porque fechou logo os olhos vermelhos, permitindo que Nicole atuasse com mais liberdade. Facilitando o aconchego entre as duas no banco, Nicole virou-se mais para Esther, pousando a mão direita no joelho descoberto da menina. Sabia que se sentia inquieta e ofegante, com mais vontade de secar com os lábios o rosto da menina. Sua mão acariciava o joelho descoberto de Esther, numa atitude que deveria ser interpretada como de proteção. A aluna parecia sentir-se protegida naquele abandono nos braços e beijos da professora. O joelho descoberto subiu mais um pouco no banco, com o apoio da mão de Nicole espalmada sobre a parte inferior da coxa da menina. Nada impediria que a mão da freira subisse mais, para reforçar o apoio, e tocasse lateralmente na anca de Esther. Foi o que fez, aproveitando o momento para roçar com os lábios os lábios da garota. Não houve restrição a esse último movimento, o que fez com que Nicole fosse vencida pela súbita inquietação. E, apesar de cada vez mais ofegante, se sentisse com suficiente coragem para pressionar contra o seu o rosto de Esther com a mão liberada, passando a beijá-la, no início timidamente, depois declaradamente. Esther correspondia, fazendo o que podia para não inibir a professora. Era o estímulo de que Nicole carecia. A mão da freira passou então a pressionar com mais vigor a anca da aluna, para depois se insurgir sob a calcinha e lhe tocar com os dedos os ralos pelos pubianos. O dedo médio da freira deslizou demoradamente pela fenda molhada da menina, enquanto os lábios grossos de Nicole eram literalmente chupados pelos de Esther.
-Oh, amorzinho, vem... ficar... comigo. Vem, vem, sussurrou Nicole, conseguindo desprender-se da boca da aluna.
-Hummm... hummm... ai... ai... ai..., suspirava Esther, aproveitando-se da interrupção dos beijos, mas logo depois retomando-os com o mesmo vigor. Em seguida, afastou-se de novo da freira para erguer a perna verticalmente e se escancarar diante de Nicole que contemplou extasiada, embora com alguma dificuldade face ao canto escuro em que se encontravam, a parte da vagina da aluna que não estava coberta pela calcinha. A vontade imediata da freira era a de se abaixar para satisfazer o desejo daquela abertura de lábios rubros umedecidos, cobrindo-os de beijos prolongados. Mas se deu conta de que poderiam ser surpreendidas. Afinal, a porta estava fechada, mas não trancada. Preferiu então erguer pela cintura a aluna e colocá-la montada sobre uma de suas pernas, depois de ter erguido o hábito um pouco acima da cintura.
-Vem... vem..., Estherzinha. Fica aqui na minha coxa, querida. Vem logo, não temos muito tempo, amor, suplicou Nicole, enquanto massageava e beliscava delicadamente as ancas de Esther.