segunda-feira, 17 de setembro de 2007

por trás da banca

revistas especializadas
nos mostram atores e atrizes
sempre sorrindo, felizes
como se fossem uns deuses
e nós os seus seguidores
ou como se fossem senhores,
poderosos soberanos,
e nós pobres seres humanos
carentes de felicidade
mas cheios da lealdade
de achar que eles tinham o direito
de ser tudo aquilo que eram
no entanto, poucos souberam,
dos que sempre compram a revista,
que às vezes se perde de vista
a banca do jornaleiro
quando não temos primeiro
com o que se preocupar
ou quando podemos achar
que quem é feliz, ao sorrir
nem sempre se denuncia


Rio, 17/09/2007
Aluízio Rezende

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O AMOR DE MILENA








O AMOR É GENEROSO



Vontade de fazer sorrir. De fazê-lo leve. De fazê-lo inteiro. De encontrá-lo certo.

Desejo de ajudá-lo forte. Apoiá-lo independente. Mostrá-lo consciente. Trazê-lo coerente.

Disponível a querê-lo do mundo. Vê-lo orgulhoso. Curá-lo duvidoso. Respondê-lo doloroso. Participá-lo valoroso.

Vislumbre de alcançá-lo cada vez maior. Cada vez mais luz. Cada vez mais completo. Cada vez mais.

Concordo em procurá-lo morno. Transformá-lo quente. Acalmá-lo a mente. Tê-lo presente. Diariamente.

Adormeço em senti-lo perene. Longe, perto, indiferente.

Amo-o verdadeiramente.



Milena Romariz Peixoto


quinta-feira, 6 de setembro de 2007




ENTÃO ATÉ JÁ


Para ALINE ROMARIZ




Sei que existem ventos

que rasgam a pele,

pés que saltam para além das linhas.



As entrelinhas revelam

um sentimento diluido,

fervido e nuveo.



Leio e releio meus poetas

o tempo todo,

choro com e por eles

seus versos, são meus versos

são minhas sua lamúrias.



Há muitos que caminham nas nuvens

com os pássaros secretos,

outros que batem em minha porta,

outros ainda que sentam nas estantes,

como existem os que leio num visor.





Quando um poeta nos diz: até já,

uma cratera

se abre feito corrosão,

a criação fica ressentida,

o rio perde o curso,

a chama, profusão.



Não posso seguir completo

se nos faltar os versos:

os seus, os meus, os nossos...






Delmo Biuford

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